Os textos de teatro da Espanha foram os primeiros a serem trabalhados dentro do projeto de Internacionalização da Dramaturgia. Em 2015, uma iniciativa promovida pela Acción Cultural Española – AC/E encontrou o apoio do TEMPO_FESTIVAL (Rio de Janeiro), que convidou a Editora Cobogó a publicar as peças e quatro festivais integrantes do Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil, para somarem forças.

Assim, em 2016, o Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas, o Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília, o Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – FIAC e o Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco convidaram encenadores para realizar as traduções das peças selecionadas e leituras dramáticas durante suas programações.

A ação incluiu ainda residências artísticas e o lançamento da publicação dos textos na Coleção Espanhola, pela Editora Cobogó. Com os livros, as peças ganham outros territórios — outras encenações podem ser elaboradas e outros universos construídos. Uma oportunidade para discutir outras linguagens no teatro, outros modos de pensar a dramaturgia, outras vozes e, ainda, estimular a construção de uma cultura de ler teatro.

Esta iniciativa ofereceu aos artistas brasileiros um expressivo conjunto da diversidade de propostas dramatúrgicas da atualidade de autores espanhóis e gerou desdobramentos significativos: um longa-metragem premiado no Brasil e exterior (Aos teus olhos, adaptação de O princípio de Arquimedes, com direção de Carolina Jabor, em 2018), uma indicação, na Categoria Especial, do 5º Prêmio Questão de Crítica 2016, e quatro montagens teatrais: A paz perpétua, de Juan Mayorga, direção de Aderbal Freire-Filho (2016); O princípio de Arquimedes, de Josep Maria Miró, direção de Daniel Dias da Silva, Rio de Janeiro (2017); Atra Bílis, de Laila Ripoll, direção de Hugo Rodas (2018); CLIFF (Precipício), de Alberto Conejero, com Gustavo Gasparani, sob a direção de Fernando Philbert, que não estreou em 2021, por causa da pandemia.

Todos os livros da Dramaturgia Espanhola podem ser adquiridos no site da editora Cobogó:

Cliff (Precipício), de Alberto Conejero López
Tradutor: Fernando Yamamoto

Cliff insere o espectador no universo caótico do ator americano Montgomery Clift que, decidido a abandonar a carreira cinematográfica e o assédio dos meios de comunicação, terá que enfrentar seu passado e suas consequências no presente: o acidente de carro que desfigurou seu rosto, o desejo conflituoso e sua relação com os colegas de profissão. Ficção escrita a partir de acontecimentos reais da vida do ator, o premiado texto de Alberto Conejero López, traduzido para o português por Fernando Yamamoto, apresenta o olhar ora lúcido, ora alucinado de Monty Clift, a quem restou resgatar do naufrágio de sua existência seu bem mais precioso: o ofício de ator.

Dentro da terra, de Paco Bezerra
Tradutor: Roberto Alvim

Dentro da terra é, nas palavras do autor Paco Bezerra, um thriller rural. Ambientada na região das estufas agrícolas da província de Almería, na Espanha, a peça conta a história de Indalécio, um jovem escritor inconformado com as injustiças e os desmandos do pai no comando dos negócios, mas incapaz de enfrentá-lo para promover transformações. A peça, vencedora do Premio Calderón de la Barca (2007) e do Premio Nacional de Literatura (2009), aborda a exploração da qual padecem os imigrantes, a degradação do meio ambiente e as conturbadas relações familiares.

Os corpos perdidos, de José Manuel Mora
Tradutora: Cibele Forjaz

Os corpos perdidos é ambientada em Ciudad Juárez, um dos cenários mais violentos do México na década de 1990. Vencedora do Premio SGAE de Teatro em 2009, a peça aborda uma onda de assassinatos de mulheres, mais de 300 foram mortas, expondo a impunidade dos responsáveis e o descaso do governo perante a situação. Com uma estrutura narrativa inovadora, o texto explora a dolorosa memória social de Ciudad Juárez através das experiências individuais de seus personagens – prefeitos, acadêmicos, juízes e, certamente, mulheres.

A paz perpétua, de Juan Mayorga
Tradutor: Aderbal Freire-Filho

Três cachorros – Odin, Emanuel e John-John – participam de um processo seletivo pela prestigiada “coleira branca”, oferecida a um representante canino do corpo de elite de combate antiterrorismo. As provas secretas são conduzidas por um quarto cachorro e antigo portador da coleira, Cassius, e acompanhadas pelo Humano. Em A paz perpétua, traduzido para o português por Aderbal Freire-Filho, Juan Mayorga mistura elementos de teatro e fábula, e aborda, através de seus cachorros, temas como filosofia, autoridade, política e violência.

Atra bílis, de Laila Ripoll
Tradutor: Hugo Rodas

Em Atra bílis a dramaturga Laila Ripoll navega com humor nas águas fantásticas do realismo mágico para nos apresentar o universo das irmãs Nazária, Daria e Aurorinha, e sua criada Ulpiana. As quatro senhoras se encontram no funeral do marido da primogênita Nazária e, por meio de provérbios, rezas, referências bíblicas, mitológicas e literárias, discutem rancores e segredos, compondo um retrato das relações familiares, da velhice e da situação das viúvas nas aldeias espanholas.

NN12, de Gracia Morales
Tradutor: Gilberto Gawronski

NN, expressão em latim que designa “nome desconhecido”, é a denominação dada à personagem principal da peça NN12, uma mulher cujo corpo foi encontrado junto a outros 11 em uma cova coletiva. A causa e as circunstâncias de sua morte são misteriosas e uma jovem médica-legista tem a missão de decifrá-las para dar sentido aos restos mortais de NN. O texto de Gracia Morales, traduzido para o português por Gilberto Gawronski, conduz o leitor pela investigação sobre a vida de NN e o envolve em uma trama densa e comovente que rendeu à dramaturga o Prêmio SGAE de Teatro, em 2008.

O princípio de Arquimedes, de Josep Maria Miró i Coromina
Tradutor: Luís Artur Nunes

O princípio de Arquimedes centra-se na história de Rubens, um jovem professor de natação que é visto confortando um aluno com um beijo e, a partir de então, começa a ter sua integridade questionada. A partir do ocorrido, cada fala, cada gesto de Rubens passa a ser observado à luz da suspeita, até que a pressão à sua volta toma proporções inesperadas. O texto de Miró, traduzido para o português por Luis Artur Nunes e vencedor do Prêmio Born de Teatre 2011, coloca todos, inclusive o leitor, em um estado inquietante de suspeita e desconfiança e o convida, assim, a tomar partido entre o que se diz, o que se presume e o que de fato aconteceu.

Münchausen, de Lucía Vilanova
Tradutor: Pedro Brício

O pequeno Nik, que padece de uma doença misteriosa, cresce vagando pelos corredores labirínticos de sua casa, montado em seu burrinho inflável. Através dessa infinita travessia do protagonista por entre os cômodos da casa, Münchausen revela sutilmente complexas e por vezes obscuras relações familiares. O olhar da criança permite a fabulação que transforma sentimentos e medos cotidianos em uma instigante dramaturgia evidenciando a doença de uma família. Münchausen, traduzida para o português por Pedro Brício, rendeu a Lucía Vilanova o Prêmio Assistej – Espanha de melhor texto teatral em 2007.

Après moi, le déluge (Depois de mim, o dilúvio), de Lluïsa Cunillé
Tradutor: Marcio Meirelles

Um empresário e uma intérprete conversam em um hotel em Kinshasa, na República Democrática do Congo, enquanto aguardam alguém para uma reunião. Ambos são europeus que escolheram viver na África. Quem chega para encontrá-los é um senhor africano, pobre e sem perspectivas, que tenta convencer o empresário a levar consigo seu filho e dar a ele a possibilidade de um destino diferente. Après moi, le déluge (Depois de mim, o dilúvio), texto da premiada autora Lluïsa Cunillé, traduzido para o português por Marcio Meirelles, não apenas expõe faces cruéis da África – retratos da violência, da pobreza, da selva e de crianças-soldados –, como também revela aspectos da decadência europeia e de sua indiferença frente ao continente africano.

Cachorro morto na lavanderia: os fortes, de Angélica Liddell
Tradutora: Beatriz Sayad

Na peça Cachorro morto na lavanderia: os fortes, a premiada dramaturga Angélica Liddell ressuscita o gênero apocalíptico da política-ficção em um texto que nos permite refletir sobre as experiências totalitárias e é capaz de entrever as catástrofes rumo às quais o homem caminha. O texto, traduzido por Beatriz Sayad, tem em seu cerne um fragmento do Contrato social, de Rousseau, e mergulha em discussões insólitas sobre a decadência — ou a catástrofe — das premissas sobre as quais se constroem o pensamento iluminista-ocidental: liberdade, igualdade, fraternidade, justiça e racionalidade.

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