Newton Moreno (Recife, 1968) é dramaturgo formado em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre e doutor em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP).

É autor dos textos teatrais Agreste (2004), montado pela Cia. Razões Inversas; As centenárias (2007), estrelado nos palcos por Marieta Severo e Andréa Beltrão; Maria do Caritó (2012), interpretado por Lilia Cabral; e O livro, interpretado por Du Moscovis (2010). Recentemente, escreveu o musical As cangaceiras, guerreiras do sertão (2019).

Recebeu prêmios de teatro, como APCA, Shell, Bibi Ferreira, Questão de Crítica e Aplauso Brasil. Em 2003, recebeu a Bolsa Vitae de Artes para realizar uma livre adaptação teatral de Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freyre. Moreno é roteirista dos filmes Maria do Caritó (2019) e Agreste, e desenvolveu diversos trabalhos para a TV, como a série da Rede Globo AMorteAmo (2015).

Ele participa da terceira edição do Projeto de Internacionalização de Dramaturgias traduzindo A nação – Uma peça em seis episódios, obra do autor holandês Eric de Vroedt.

A nação – Uma peça em seis episódios
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A nação – Uma peça em seis episódios

Tudo começa com um mistério: no bairro multicultural de Schilderswijk, em Haia, uma criança desaparece sem deixar vestígios. Sanguessugas orbitam o drama familiar, vendo na tragédia uma oportunidade de autopromoção.

A trama se desenrola em seis episódios inspirados em gêneros televisivos (drama policial, talk show e documentário), tal qual uma maratona de séries numa plataforma de streaming. Em cena, policiais, jihadistas, empresários, políticos e jornalistas lutam entre si, perdendo de vista o mais importante: a vida de uma criança.

Em A nação, vencedor do Taalunie Toneelschrijfprijs, importante prêmio holandês de dramaturgia, Eric de Vroedt apresenta um desfile heterogêneo e complexo de personagens, amalgamando mídias e suportes para construir sua narrativa – o que potencializa o caleidoscópio humano que compõe a obra. A obra foi publicada pela Editora Cobogó, dentro da Coleção Dramaturgia Holandesa.

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Sobre a tradução
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Sobre a tradução

A tradução de A nação, de Eric de Vroedt, apresentou-nos diversos desafios. Há que se ter cuidado em transpor a prosódia-poética de um dramaturgo a quem se está sendo apresentado, descobrindo aos poucos as especificidades de sua linguagem. Passamos do namoro à noite de núpcias em pouco tempo. Isto dentro de um universo, o caldeirão étnico da Holanda contemporânea, ainda chamuscado pelas questões de refugiados, xenofobias e demandas religiosas; terreno para se pisar com cuidado e respeito. A escrita evidentemente é um mapa de um escritor-encenador de seu texto, e que sugere caminhos para a transposição aos palcos; existem pegadas no roteiro da herança do encenador. Sem falar que se trata de um texto de fôlego, dividido em seis episódios e mais de cem páginas.

Mas todo o processo, feito em parceria com Almir Martines, foi prazeroso. Eric de Vroedt apresenta-nos um desfile heterogêneo e complexo de personagens, e usa de outras mídias e suportes para encaminhar sua narrativa. O que só potencializa o caleidoscópio humano, a galeria de seres que compõe sua história. Foi um grande prazer conhecer um talento como o de Eric de Vroedt e seu comprometimento em retratar sua Holanda atual, atacando as tensões e cicatrizes históricas, num momento em que a Europa é ‘invadida’ pelo mundo e pede que ela se organize e se posicione.

Newton Moreno

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O vídeo está nos trending topics das redes sociais
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O vídeo está nos trending topics das redes sociais

VAN OMMEREN:
O que aconteceu de errado com Ismaël Ahmedovic?

BRATUSEK:
O garoto jogou uma pedra na janela do teatro Spinoza, foi isso que aconteceu de errado.

VAN OMMEREN:
E então foi intimidado por um policial…

BRATUSEK:
É o que estão dizendo…

VAN OMMEREN:
O vídeo está nos trending topics das redes sociais.

BRATUSEK:
Não na minha linha do tempo.

VAN OMMEREN:
E foi trazido para esta delegacia de forma humilhante.

 

trecho de A nação

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Podcast do #Encontra!
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Podcast do #Encontra!

Episódio com o dramaturgo pernambucano Newton Moreno. Na conversa, o autor, diretor e ator fala sobre sua mudança para São Paulo, comenta a influência de sua raiz nordestina em sua escrita e reflete sobre a necessidade de estar em contato com o teatro e a literatura.

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